Não me conformo com o modo e velocidade com a qual as coisas funcionam para mim e ao meu redor. Para apoiar meu raciocínio invoco as palavras de Simone de Beuvoir: “Me custa a crer que o que é óbvio para mim não é para os outros.” Pois bem, desta forma, irei rememorar e compartilhar um pouco da minha história pessoal.
Quando eu fiz o curso de Filosofia, eu me desesperava achando que as pessoas que buscaram esta graduação queriam descobrir todas “as verdades” do mundo! Mentira. Alguns queriam nível superior, outros o “estatus quo” de ser chamado de filósofo, outro, pensar junto, e, alguns ainda, re-pensar. Mas enfim, minha “luta” estava apenas iniciando-se.
Quando decidi cursar Psicologia, tive a mesma “vontade”, eu mais parecia o homem da vela propagando insanidades (vide Nietzsche). Não sei o que mudou, entre alguns tantos e ao redor e embaixo, todos que não querem ver verdades. Mas foi aí que descobri o imensurável poder do silêncio. Quer passar por sábio? Fique quieto. Outro dia estava discutindo sobre a idiotice e a ecolalia... tudo bem? Bem... Você se considera um bom funcionário? Bom funcionário... Você é ousado! Ousado...
Me perturba e envergonha o contexto “idiotizante” em que nossa sociedade vem sendo inserida. A metáfora “MATRIX” nunca me pareceu tão sensata.
Que inveja dos loucos, eles sim, vivem o “real”, amam sua loucura e gozam, e nós neuróticos correndo atrás para colocá-los na “fôrma”, aliás, como lamento pensar que não há como se livrar das formas e rótulos. Adequar o sofrimento. Mas tudo bem, isso é necessário, e, como aprendi com um paciente (esquizofrênico), “...é preciso um ponto comum e de apoio para a realidade das pessoas estar interseccionada”. Fantástico, e depois rechaçamos nossos “loucos”.
“Cansei de brincar... cansei de ser bonito... cansei de ser inteligente... cansei de ser legal... canse de ser...”
Acredito piamente no dia em que o ser humano irá ser “matematizado”, e nas operações que estão além da nossa compreensão, e por falta de instrumentos e tecnologia para tanto, não podem os fazê-lo, independente de subjetividade ou seja lá o que for.
Não existe mais nada além disso.
É tudo mentira. Eu não acredito nessa farsa!
“Quero uma verdade que me valha menti-la!” Autor: Jefferson Santi
Amei seu post! Esses dias escrevi sobre - Quantas vezes a loucura nos cai melhor que a sanidade? - e volto a repetir.. Felizes (talvez) os que não vivem nessa Neurose existencial, rs. Infelizmente é preciso existir esse rótulo para poder existir o conforto de pensar o quanto somos normais e tentar explicar o inexplicável.
ResponderExcluirJeff... =)
ResponderExcluirAh, adoráveis palavras. E perturbadoras, fato.
Algumas vezes, flagro-me pensando se nosso padrão de normalidade não seria, na verdade, a real loucura (se esta existir). Afinal, não deve ser normal, POR DEUS, ignorarmos algumas obviedades! Não deve ser normal fecharmos os olhos àquilo que os denominados "loucos" tão bem sabem: Nada é ABSOLUTO. A eles, nada é de todo inquestionável.
Mas, irônica e deprimentemente, achamo-nos corretos. Verdadeiros. Pensamos equivocadamente dominar os elementos que compõem nossa realidade e vivemos assim, de forma SIMPLISTA, achando-nos os donos do nosso próprio universo.
Ah, no fim... É tudo um ledo engano, não?
De nada sabemos. E ao admitirmos ISSO, apenas ISSO, finalmente entendemos que essa é a ÚNICA verdade capaz de existir. Viva o Sr. Sócrates. ;)
Adorei o Post, Jeff... õ/